"Governo trava cursos de adultos"

Segundo o diário "Correio da Manhã" na sua publicação de ontem, dia 25 de setembro de 2012, os cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA) que têm vindo nos últimos anos a dar resposta às necessidades de educação e formação profissional dos adultos nas mais variadas áreas formativas, estão neste momento suspensos sem data prevista de reinício. Com esta notícia relembramos que também a iniciativa Novas Oportunidades tem o seu final agendado para dezembro de 2012. Assim, a questão que colocamos é: onde está assegurada a educação e formação de adultos no nosso país?

"O Governo mandou suspender os cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA). O executivo justifica a medida com mudanças que vai efectuar, mas não diz quando serão retomados. Segundo as estatísticas mais recentes (2010/11), estavam inscritos 56 mil alunos.

"É um quadro calamitoso", alerta Sérgio Rodrigues, da Associação Nacional de Profissionais de Educação e Formação de Adultos, lembrando que "em simultâneo, foi suspensa a acção formativa para desempregados do Instituto do Emprego e Formação Profissional e os centros Novas Oportunidades estão parados porque não têm equipas de técnicos". "A formação de adultos está completamente parada, afectando dezenas de milhares de alunos e formadores".

Segundo Manuel Pereira, da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, "há escolas onde os professores ficarão sem serviço". Para Mário Nogueira (Fenprof), a medida "enquadra--se numa política de extinção de respostas educativas, juntamente com a suspensão das Novas Oportunidades".

 

SUSPENSÃO PARA "CONCLUIR PROTOCOLOS"

O Ministério da Educação e Ciência afirma que os cursos "passarão a ser promovidos, sempre que possível, em parceria com o Instituto de Emprego e Formação Profissional", esclarecendo que "as instruções para não iniciar ainda os cursos têm como objectivo concluir os respectivos protocolos". A tutela garante que "não está em causa a abertura das turmas já aprovadas", mas não diz quando começarão as aulas, lembrando que "o arranque destes cursos não necessita de coincidir com o início do ano lectivo". (por Bernardo Esteves)